19 de ago. de 2010

se

O medo da perda existia
Com frequência quase milimétrica
Então, te poupava
Não externava medos, agruras e anseios
Fiz deles uma página escura
Sem muitas explicações ou réplicas
Só suspiros
De pena de mim mesma
Às vezes me perguntava se era feliz
Se estava feliz
Se tinha, enfim, desafios, um futuro
E no meio de tantos "se", encolhi
Num mundo de faz de conta
Sem vida, sem descontos
O medo da perda era constante
Com uma frequência quase sufocante
Então, te secava
Com a mesma sede dos dias primeiros
Mas, quem secou fui eu
Desta vez, da perda real
Sem frequência.

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